Um dia entre Tomar e Almourol - Visita Guiada

Partimos da cidade que foi Sellium para os Romanos, e aqui chegados, iniciamos inevitavelmente no complexo monumental do Castelo Templário e Convento de Cristo, Património Mundial da UNESCO desde 1983. Revisitamos a fundação do castelo, por D. Gualdim Pais, Grão-Mestre da Ordem do Templo, e compreendemos o desenho e implantação da linha defensiva do Tejo. (Por isso, à tarde, temos de ir ao Castelo de Almourol, parte integrante e crucial desta linha defensiva, cuja reconstrução se inicia logo após a conclusão do castelo de Tomar, em 1170.)
Já no interior das muralhas de Tomar, na praça de armas dos Templários, observamos os Paços Henriquinos e o arranque significativo dos Descobrimentos, com o Infante D. Henrique a empreender, aqui, esse investimento sem paralelo. Ao centro deste complexo, a Charola. Marca a paisagem e marca-nos a nós. Integrando o sistema defensivo do castelo, é muito mais do que isso. É centro espiritual da Ordem do Templo em Portugal. O seu prolongamento manuelino é um discurso de ambição, de afirmação vigorosa, e artisticamente obra-prima comovente. O génio humano materializado por arquitectos, artesãos, artífices, escultores, pintores excepcionais. É dos melhores testemunhos da Era de Ouro da Expansão Portuguesa. Encobrindo parte desta "construção", a parede do Claustro Principal do Convento de Cristo avança sobre a fachada sul da igreja manuelina. Deixa adivinhar a colossal edificação que, a partir dos meados do séc. XVI, acolhe a Ordem de Cristo agora monástica. A História prossegue e não podemos contá-la toda aqui... Numa só praça, o Românico, o Gótico, o Manuelino, a Renascença e uma antevisão do Maneirismo. Único, inigualável, insuperável!
Recompomo-nos com uma bebida e uma refeição rápida para continuarmos, já na Vila da Baixa, hoje centro histórico de Tomar. Obrigatória passagem pela Praça da República, prolongamento do topo do monte especialmente no período henriquino e manuelino. Olhamos atentamente a Igreja de S. João Baptista e descobrimos caracóis esculpidos no pórtico principal...
Duas ruas ao lado, a Judiaria e a Sinagoga mais antiga do país. Não porque tivesse sido a primeira a ser construída em terrório português, mas porque foi a única a sobreviver, quase intacta, aos ataques à comunidade judaica e aos seus símbolos. Uma história de avanços e recuos, de sobrevivência, de superação, de resiliência. Conhecemos aqui o contributo decisivo desta comunidade à empresa das Descobertas, encabeçada em meados do séc. XV pelo Infante D. Henrique.
A visita guiada a Tomar termina na Igreja de Santa Maria do Olival. Quase que se desenha um círculo que a agrega ao castelo Templário. Enigmática, pelas inúmeras perguntas sem resposta, a Igreja de Santa Maria do Olival foi Panteão dos Grão-Mestres da Ordem do Templo. Não sabemos se o corpo do primeiro Grão-Mestre português, D. Gualdim Pais, aqui está ou foi sepultado, mas numa das capelas laterais podemos encontrar uma lápide que o lembra, ainda que em Tomar não seja nunca esquecido. Igreja-mãe das Descobertas, à qual reportavam todas as igrejas do ultramar, Santa Maria do Olival continua a ser um grande desafio para quem escreve a História de Tomar.
A viagem de carro até ao Castelo de Almourol servirá para processar toda a informação e para levantar mais questões. Relaxamos, ainda assim, deste dia intenso, não terminado.
A breve travessia do Tejo médio, num pequeno barco, até à ilha onde se ergue o castelo de Almourol, é refrescante. Precisamos disso, para subirmos ao topo da torre deste castelo posicionado naquela que era a artéria principal de acesso entre Lisboa e o interior do território, e vice-versa. O cenário idílico convida à lenda, e se ali as há, mas vamos ater-nos antes à lógica construtiva e defensiva.
Regressamos, depois, a Tomar.

A visita guiada ao Castelo Templário e Convento de Cristo tem a duração de duas horas (10H00 às 12H00).
Prossegue às 14H00 na Praça da República, Sinagoga e Igreja de Santa Maria do Olival, terminando às 15H30.
Seguimos viagem até ao Castelo de Almourol (cerca de 30 minutos), com visita guiada a iniciar às 16H00 e a concluir às 17H00. Regresso a Tomar às 17H30.

O preço de 30 Euros/Pessoa pela visita guiada "Um dia entre Tomar e Almourol" não inclui transporte.
Existe no entanto essa possibilidade, através do nosso parceiro TaxiTemplários. Valor do transporte, até 6 pessoas, 45 Euros. Acima de 6 pessoas, mediante orçamento.